Professor Layton and the Lost Future


O último capítulo de uma saga é, geralmente, o apogeu de uma história, aquele em qual se centram todas as expectativas. Depois de Curious Village e de Pandora's Box, Professor Layton and the Lost Future vem concluir uma trilogia brilhante que se tornou uma série de referência da Nintendo DS e tem, por isso, um patamar elevadíssimo de expectativas para superar. E é isso mesmo que faz.


Tal como nos restantes jogos da série, um evento misterioso levará o Professor Layton e o seu assistente Luke a partir numa aventura recheada de puzzles e enigmas para desvendar. Desta vez, o desaparecimento do Primeiro Ministro numa máquina do tempo leva Layton a viajar 10 anos para o futuro, onde encontra uma Londres decadente em que é considerado por todos como uma pessoa terrível. No entanto, enquanto o professor investiga o seu próprio futuro, depara-se com uma série de eventos que o fazem recordar o passado. Ao contrário dos jogos anteriores, este conta com uma história muito menos focada nos mistérios por si só, e mais emocional, centrada no protagonista. Se a qualidade das histórias sempre foi um ponto de referência da série, aqui ultrapassa quaisquer expectativas, com um cunho bastante mais adulto e capaz de emocionar os mais sensíveis em alguns momentos.


É realmente a melhor história da trilogia e um incrível capítulo final, que nos deixa a esperar por mais - a saga continua com uma série de prequelas à trilogia original, mas Lost Future permanece, à data, como a grande conclusão. Sendo um episódio com princípio, meio e fim, o jogo não requer conhecimento dos anteriores, mas tem maior impacto no jogador quando já se conhece bem os personagens de outras aventuras. O passado de Layton, o motivo de usar uma cartola e a sua amizade com o pequeno assistente Luke são tramas muito bem exploradas e às quais será impossível ficar-se indiferente.

Quanto à mecânica de jogo em si, nada foi alterado em relação ao padrão da série. A exploração dos cenários é feita ao estilo point-and-click e a resolução dos puzzles mantém-se baseada no ecrã táctil, agora com uma interface refinada que permite usar um sistema de cores para tirar apontamentos sempre que necessário. Uma novidade do jogo são as batalhas-puzzle em alguns pontos da história, onde Layton enfrenta um rival num desafio cerebral, quase como que uma introdução do conceito de "boss battle" a esta série. Em comparação com os primeiros jogos, os puzzles são relativamente mais fáceis, desta vez mais focados em lógica, mas ainda assim apresentam um bom desafio.


A nível de apresentação, este é também o jogo com mais sequências de animação da trilogia e aquele que mais recorre às vozes dos personagens para contar a história. Não houvesse um puzzle ao virar de cada esquina, e estaríamos mais perto de um excelente filme de animação do que de um simples videojogo. Tudo é executado com mestria após a experiência adquirida em dois jogos já por si fantásticos, fazendo deste um dos melhores títulos lançados para a Nintendo DS e uma referência de qualidade, com uma história capaz de rivalizar com alguns dos melhores jogos de RPG. Manter um pacote de lenços por perto.

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