The Legend of Zelda: Phantom Hourglass


Se há jogos que marcam um ponto de viragem no ciclo de vida de uma consola, este pode ser visto como um dos jogos mais influentes na Nintendo DS. Phantom Hourglass é o primeiro jogo da série Legend of Zelda nesta consola e mostrou de forma exemplar como adaptar uma série tradicional às capacidades e limitações características da DS. Controlado quase exclusivamente através do ecrã táctil e com um grafismo notavelmente superior a qualquer outro jogo DS lançado até à altura, este jogo deu origem a uma vaga de aventuras de alta qualidade com controlos tácteis e gráficos impressionantes, cujo culminar pode agora ser visto em jogos como Dragon Quest IX.


Phantom Hourglass é uma sequela directa do jogo Legend of Zelda: The Wind Waker para a Gamecube e utiliza um estilo artístico cel-shaded bastante fiel ao original. A história, no entanto, é bastante simples e não requer conhecimento de jogos prévios na série: Link parte com os seus amigos piratas em busca de um novo mundo, quando surge um misterioso barco fantasma que transforma a princesa Tetra em pedra e os envia para outra dimensão. Assim começa uma nova aventura, onde Link terá de explorar os mistérios deste universo para salvar a sua amiga, com a ajuda da fada Ciela e do cobarde e ganancioso Linebeck. O seu principal meio de transporte é um barco a vapor que lhe permite deslocar-se entre as diversas ilhas deste mundo dominado por um grande oceano.


Os controlos são baseados quase exclusivamente no ecrã tácil: um toque em qualquer ponto do ecrã fará Link deslocar-se nessa direcção, um toque num inimigo irá fazê-lo atacar com a espada. Link pode ainda equipar os diversos itens que colecciona ao longo da aventura (que podem ser convenientemente chamados com um botão de atalho na consola) como por exemplo um boomerang mágico que segue o caminho desenhado pelo jogador no ecrã. Também o barco a vapor é controlado desta forma, seguindo automaticamente a viagem traçada no mapa ao critério do jogador. O mapa da zona que está a ser explorada é apresentado no ecrã superior mas, a qualquer momento, pode ser chamado ao ecrã táctil para anotar com a stylus a localização de tesouros, pistas para resolver alguns puzzles ou sítios importantes a visitar mais tarde.


Para avançar na aventura, Link terá de explorar diversos templos e masmorras. Embora a dificuldade geral dos puzzles seja um pouco inferior à de jogos anteriores da série, Phantom Hourglass utiliza as diferentes características da consola para criar enigmas verdadeiramente desafiantes e que requerem por vezes um pensamento out-of-the-box para a sua resolução. As próprias batalhas contra os bosses são bastante originais e exploram de forma inteligente o potencial oferecido pelos dois ecrãs da consola. Fora da aventura principal, há ainda um pequeno modo para quatro jogadores (localmente ou através da internet) onde até 3 pessoas competem para coleccionar tesouros enquanto o outro os tenta impedir – simples, e nada mais que um extra para aquilo que só por si é um jogo excelente.


Phantom Hourglass é uma excelente transição da série Legend of Zelda para a Nintendo DS e um jogo obrigatório para qualquer pessoa que goste de jogos de aventura. O seu formato inovador foi tão bem conseguido (apesar de algumas falhas menores que não o prejudicam) que se tornou uma inspiração para jogos posteriores. A sua acessibilidade permite que qualquer pessoa se inicie à série sem dificuldade, mas não impede os "veteranos" de o desfrutar como a qualquer outro Zelda. Sem qualquer dúvida, um dos melhores jogos da Nintendo DS.

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